Ser ou não ser: eis a questão. As últimas pesquisas para sucessão em Campina Grande apontam uma absoluta dependência da oposição em relação a candidatura do deputado federal Romero Rodrigues contra o atual prefeito Bruno Cunha Lima. Uma mistura de novela mexicana com drama de Shakespeare.
As tentativas de “segurá-lo” por parte do grupo político que faz parte foram infinitas e inócuas, com um Dom Quixote chamado Fábio Ramalho, deputado e presidente do PSDB-PB, lutando contra moinhos de vento, insistindo em compensar Romero com a promessa pueril de uma candidatura a governador em 2026, com aval dos caciques da oposição estadual, projeto que ele já rejeitou em 2022.
Romero já teria decidido: quero ser novamente prefeito de Campina Grande. Mas só vou com Tovar Correia Lima ou Tovar Cunha Lima, como é mais conhecido, como vice.
Motivos: não quero magoar “Tia Glória” (Rodrigues da Cunha Lima). Até que não é uma péssima ideia sonhar em disputar o governo mantendo o comando da prefeitura em 2026, se o cavalo passar selado. Só lembrando o poeta: “82 deixei para depois, 86 tomaram minha vez, mas em 90 ninguém me sustenta”.
Tovar, casado com uma sobrinha de “Tia Glória”, não terá legenda no PSDB para ser vice e procurou o Republicanos, que condicionou a filiação a adesão anterior ao governo João Azevedo, algoz de Pedro e Cássio.
Recentemente, o ex-governador e ex-senador tucano teria reunido ambos (Romero e Bruno) em Brasília e dado o recado: vocês são maiores de idade e eu não tomarei partido até que um dos dois faça o jogo do nosso adversário. O recado, obviamente, foi para Romero.
Como diz o ex-deputado João Fernandes, que conhece bem essa história: “Família se assa, mas não se come”.
O que chama a atenção é a oposição de Campina não ter preparado uma alternativa competitiva com força para rasgar o saco de gatos. O que se verifica nas consultas populares são nomes respeitáveis, mas eleitoralmente inofensivos, dando mais poder a Romero para fazer o que quiser.
Foi um grave erro de avaliação.