A deputada Carla Zambelli seguirá presa até a conclusão do pedido de extradição feito pelo governo brasileiro. A informação é da embaixada do Brasil na Itália. A audiência de custódia aconteceu na manhã desta sexta-feira, 1º, em Roma. Zambelli queria ficar em liberdade e briga para ser julgada pela justiça italiana. Para o governo brasileiro, a manutenção da prisão era necessária para inibir a atuação da deputada, sobretudo nas redes sociais, atacando as instituições nacionais.
Quarta Seção do Tribunal de Roma fez a primeira análise do caso e decidiu mantê-la na prisão de Rebibbia, em Roma. O pedido de liberação apresentado pelo advogado da deputada será avaliado em meados de agosto. O Tribunal de Apelação de Roma confirmou que ela aguardará o resultado do processo de extradição na prisão.
Condenada em maio deste ano a dez anos de prisão por invadir os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Zambelli fugiu para a Itália logo após a sentença e foi localizada e presa em Roma nesta semana. A deputada sustenta a narrativa de perseguição política na tentativa de ser julgada pela justiça italiana e fugir do cumprimento da pena em regime fechado no Brasil.
Para as autoridades brasileiras, a tese de perseguição política não se sustenta. O governo do Brasil luta pela extradição. No entanto, o processo que, acredita-se, deverá demorar até seis meses enfrentará também uma instância política. Isso porque, se confirmada a extradição, a decisão precisa passar pelo Ministério da Justiça italiano. O governo brasileiro, porém, aposta na cooperação bilateral e no fato de que invasão de sistema cibernético, em especial de instituições públicas, é um crime ainda mais grave na Itália do que no Brasil.
Em entrevista ao PlatôBR esta semana, o embaixador brasileiro em Roma, Renato Mosca, se mostrou confiante de que a tese de perseguição política não se sustentará dada seriedade da justiça de lá no combate à criminalidade e da cooperação policial e jurídica que a Itália tem com diversos países, entre eles o Brasil.
