A primeira pesquisa Genial/Quaest após o anúncio de sobretaxas dos EUA às importações brasileiras aponta uma oscilação favorável na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A reprovação ao governo caiu de 43% para 40%, enquanto a aprovação subiu de 26% para 28%. Outros 28% consideram a gestão regular e 4% não souberam responder.
O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (16), foi realizado entre os dias 10 e 14 de julho, com 2.004 entrevistas em 120 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A pesquisa anterior havia sido feita entre 29 de maio e 1º de junho, logo após o escândalo do INSS.
O cenário confirma a avaliação de analistas, que já esperavam que a medida de Trump desse munição para o governo Lula, o que poderia resultar em melhora da popularidade.
Na avaliação geral do governo, 53% dos entrevistados afirmaram desaprovar a administração de Lula, ante 57% em maio. A aprovação passou de 40% para 43%.

A desaprovação é mais alta entre homens (58%), pessoas com ensino médio completo (62%), evangélicos (69%) e eleitores bolsonaristas (94%).
A percepção da economia também registrou melhora. Para 21% dos entrevistados, a situação econômica do país melhorou nos últimos 12 meses — aumento de três pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. Já 46% disseram que a economia piorou, queda de dois pontos.

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A maioria dos entrevistados (56%) declarou não ter conhecimento da agenda de justiça tributária promovida pelo governo federal. O mesmo percentual disse não estar ciente dos recentes embates entre o Planalto e o Congresso.

Quanto à resposta do governo brasileiro ao tarifaço de Donald Trump, 53% afirmaram que Lula acertou ao anunciar medidas de reciprocidade. Outros 39% consideraram a decisão equivocada.

O tarifaço imposto pelos EUA foi anunciado após Trump citar o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe. O governo Lula e o PT associaram a medida à atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA, e reagiram com a campanha “Defenda o Brasil”. Já a família Bolsonaro defendeu uma “anistia ampla, geral e irrestrita” aos acusados de golpismo.