A Polícia Federal (PF) cumpriu dois mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira, 14, em nova fase da operação que investiga o esquema nacional de descontos irregulares em aposentadorias e pensões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Presidente Prudente, cidade no interior de São Paulo. A ação foi autorizada pela 10ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal.
Nesta fase da operação Sem Desconto, os investigadores apuraram que um operador financeiro ligado a uma das entidades investigadas é suspeito de ter comprado veículos de luxo com dinheiro da fraude aos aposentados.
Fraudes no INSS
A operação Sem Desconto foi deflagrada em abril e apontou que, entre 2019 e 2024, integrantes do instituto e associações desviaram até R$ 6,3 bilhões em recursos de aposentados e pensionistas por meio da folha de pagamento.
As vítimas da fraude tiveram descontos não autorizados em seus benefícios. Documentos da PF, da Controladoria Geral da União (CGU) e do Ministério Público Federal (MPF) apontam que o esquema de descontos indevidos envolveu pagamento de propina a servidores, uso de associações de fachada e lobistas.
Os investigadores analisaram transações financeiras das entidades e também de dirigentes para mapear o possível rastro dos valores desviados. Segundo a PF, ex-diretores e pessoas relacionadas a eles receberam, ao todo, mais de R$ 17 milhões em transferências de indivíduos apontados como intermediários das associações.
A operação levou à demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Depois, o governo também trocou o comando do Ministério da Previdência, que agora é chefiado por Wolney Queiroz.
