O ministro da Previdência, Carlos Lupi, decidiu deixar o cargo nesta sexta-feira (2), pouco mais de uma semana após a deflagração da Operação Sem Desconto, que revelou um esquema de descontos ilegais e desvios de recursos do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). O presidente convidou o ex-deputado federal Wolney Queiroz (PDT), atual secretário-executivo da Previdência, para ocupar o cargo de ministro.
Embora não tenha sido alvo da operação e negue ter sido omisso diante das denúncias recebidas desde 2023, o ministro vinha sofrendo pressão dentro e fora do governo para deixar a pasta. A ideia é estancar a crise gerada pelo escândalo e evitar que o caso impacte negativamente a popularidade do governo, que vinha se recuperando nas últimas semanas.
Fontes afirmam que a demissão do ministro é parte de um acordo para blindar o governo em uma eventual Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no Congresso Nacional. Na quarta-feira (30), deputados de oposição protocolaram na Câmara dos Deputados um pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O requerimento foi assinado por 185 parlamentares e é de autoria do deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO). A instauração da comissão depende da autorização do presidente da Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que ainda não se manifestou.