O presidente dos EUA, Donald Trump, sustentou a promessa de campanha ao anunciar nesta quarta-feira (2), o “tarifaço” para a importação de produtos de diversos países. A decisão tomada pelo segundo principal parceiro comercial do Brasil deve abrir os olhares do governo e de exportadores para outros mercados.
Idealizada por Donald Trump desde a campanha eleitoral, a taxação já afetava grandes parceiros comerciais norte-americanos, a exemplo do Canadá e do México. Segundo o republicano, as novas definições miram países que “roubaram” dos Estados Unidos.
Em relatório publicado no início desta semana, o USTR, representante Comercial dos EUA, afirma que os exportadores norte-americanos “enfrentam incertezas significativas no mercado brasileiro” devido às tarifas aplicadas aos produtos enviados ao território nacional.
O Brasil impõe tarifas relativamente altas sobre as importações em uma ampla gama de setores, incluindo automóveis, peças automotivas, tecnologia da informação e eletrônicos, produtos químicos, plásticos, máquinas industriais, aço, têxteis e vestuário.
Relatório do USTR
Os EUA são o segundo principal parceiro comercial do Brasil. Somente em 2024, os produtos norte-americanos responderam por 15,5% nas importações recebidas pelo Brasil. Por outro lado, 12% das exportações nacionais foram destinadas aos EUA. Entre todas as vendas, os destaques ficam por conta do petróleo bruto, do ferro e aço, das aeronaves e do café.
“Tarifaço” abre janela para a entrada em novos mercados. Com as tarifas mais altas ao vender para os Estados Unidos, os exportadores brasileiros podem ganhar espaço em outras nações também alvejadas na guerra comercial. “O Brasil pode ter na Europa, que também vai pensar em medidas de retaliação, uma oportunidade interessante, até pelo avanço do acordo entre o Mercosul e a União Europeia”, avalia Pedro Brites, professor de Relações Internacionais da FGV.
“A guerra comercial pode se tornar uma oportunidade estratégica, caso o Brasil amplie acordos bilaterais e regionais.” Observa Hugo Garbe, professor de economia da Universidade Mackenzie
Com Uol