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Santiago toca no sino avisando a hora da missa – Por Júnior Gurgel

Contrariando as expectativas do governador João Azevedo – levando sempre de barriga a discussão sobre sua sucessão – na intenção de decidir apenas em 2026 nomes das composições partidárias e sua decisão em concorrer a uma das vagas para o Senado, o deputado federal Wilson Santiago, decano do Republicanos, resolveu ir além das cogitações. Na última sexta-feira 07/03/2025, em entrevista radiofônica, lançou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, candidato ao Palácio da Redenção.

A preocupação de Wilson Santiago é não deixar se repetir 2002 (governo Maranhão) quando sobravam candidatos eleitos e todos perderam para o ex-prefeito de Campina Grande, Cássio Cunha Lima. Um racha inesperado num bloco consolidado culminou com a volta dos Cunha Lima à Granja Santana. Os fatos históricos nos mostram semelhanças absolutamente idênticas. No início do ano de 2001, as bases políticas do PMDB lançaram o nome do Senador Ney Suassuna para suceder o bem avaliado governador José Maranhão. Ney já tinha ocupado a liderança do partido no Senado e havia sido nomeado ministro da Integração Nacional do governo (PSDB) FHC.

Destaque-se a ousadia e competência de Ney, por ter furado a “bolha” de um governo do PSDB, apoiado pelo PFL de Marco Maciel – vice-Presidente da República – e ter conseguido “arrancar” um dos principais ministérios, com o terceiro maior orçamento e pleno poder de caneta. Enviou recursos para todos os municípios da Paraíba, independentemente da posição política de seus prefeitos. Muitos nem sequer pediram. Mas, ele destinou verbas para obras de infraestrutura.

Na disputa para o Senado Federal, José Maranhão era um dos candidatos. Brigavam para ocupar a segunda vaga dois ex-governadores: Tarcísio Burity e Wilson Braga. Correndo por fora, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Efraim Morais. Cássio Cunha Lima, para o Senado contava apenas com seu pai, o poeta Ronaldo, preso a uma cadeira de rodas, com algumas limitações cognitivas (sequelas de um AVC).

Para consolidar sua vitória, Ney montou um sistema de comunicação, criando a primeira cadeia de emissoras na Paraíba, cobrindo todo o Estado das 12:00 às 14:00hs e das 17:00hs às 19:00hs diariamente. Emudeceu a mídia palaciana. Entretanto, sempre que era abordado sobre a candidatura de Ney (2001) Maranhão tergiversava. Iria ouvir Ney, talvez permanecesse no governo, ainda era cedo… Mas garantia que em março de 2002 a chapa estaria pronta.

Maranhão nunca lançou Ney, que iniciou a Transposição, construiu Acauã, trouxe um Shopping Center para Campina Grande e não deixou faltar dinheiro no caixa do Governo do Estado. Contudo, a “entourage” que cercava Maranhão não queria Ney governador. Seus planos eram continuar no poder, com Roberto Paulino.

O roteiro do momento (2025) é o mesmo de 2002. O presidente da ALPB Adriano Galdino se lançou candidato à sucessão de João Azevedo. Seu projeto vem crescendo e se consolidando. Mas, o círculo que “blinda” João o impede de apoiar Galdino.

A “bombástica” entrevista de Santiago tem um sentido simbólico. Tocou no sino, para avisar que é hora da missa, e o Republicanos têm em seus quadros nomes para a celebração. Hugo Motta foi lançado como um “tertius” (terceiro nome). Não se pronunciou sobre o fato e nem Adriano Galdino declinou de sua postulação. Todavia, o aviso de Wilson é para evitar a dispersão de um bloco, hoje tão sólido, quanto o de 2002.

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