O relatório final da Polícia Federal (PF), com 884 páginas, identifica o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como o “líder” de uma organização criminosa formada por 37 pessoas. Segundo o documento, enviado nesta quinta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o grupo elaborou um plano para mantê-lo na Presidência, mesmo após sua derrota nas eleições.
A detalha que Bolsonaro “permeou por todos os núcleos” da organização, que incluem o Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral, o Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado, o Núcleo Jurídico, o Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas, o Núcleo de Inteligência Paralela e o Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.
Embora tenha transitado por todas as divisões, o relatório aponta que o ex-presidente “atuou diretamente na desinformação e ataque ao sistema eleitoral”. Essa atuação está vinculada ao Núcleo de Desinformação, identificado como o “núcleo A”.
O conteúdo do relatório permanece sob sigilo e está em posse do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF. No entanto, partes do documento foram obtidas pela CNN. Segundo a PF, o objetivo do grupo era claro: “manter Bolsonaro no poder”.