A Justiça argentina autorizou a extradição de um dos ex-funcionários da empresa de criptoativos Braiscompany, suspeito de participar do esquema de golpe financeiro que movimentou R$ 2 bilhões em quatro anos. O homem, que não teve o nome divulgado, foi preso em Puerto Iguazú, perto de Foz do Iguaçu, no Paraná, em junho deste ano. Ele era procurado pela Operação Halving, da Polícia Federal, que investigou a empresa com sede em Campina Grande, na Paraíba. A decisão de extraditar o suspeito foi publicada nesta segunda-feira (4) no site do Ministerio Público Fiscal (MPF) da Argentina.
O suspeito é apontado como operador financeiro do esquema, responsável por captar e desviar mais de R$ 4 milhões. Ele atuava como broker, intermediando as operações comerciais da empresa. Ele também aparecia em vídeos no canal do YouTube da Braiscompany, divulgando o esquema. As provas contra ele foram apresentadas pela Polícia Federal brasileira e pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região ao Ministério das Relações Exteriores da Argentina.
Os outros dois ex-funcionários da Braiscompany que foram presos junto com ele em junho continuam detidos na cidade de Eldorado, na Argentina, à espera da decisão sobre a extradição. Os sócios da empresa, Antônio Neto Ais e Fabrícia Campos, seguem foragidos.
A Operação Halving foi deflagrada em fevereiro de 2023 e apurou crimes contra o mercado financeiro e lavagem de dinheiro praticados pela Braiscompany. A empresa oferecia rendimentos de até 15% ao mês aos investidores que aplicavam em criptoativos, mas não tinha autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para operar.
O processo de extradição do suspeito seguiu os trâmites previstos na Lei 24.767, de Cooperação Internacional em Matéria Penal, e no Tratado de Extradição entre Brasil e Argentina. As autoridades argentinas concluíram que os crimes pelos quais ele é acusado são puníveis com pena de prisão superior a dois anos, tanto no Brasil quanto na Argentina. O acordo de extradição foi assinado pelo juiz titular do Juizado Federal de Eldorado, Miguel Ángel Guerrero.
Fonte: wscom